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Resenha: A balada de Adam Henry – Ian Mcewan
Editora: Companhia das Letras
Autor: Ian Mcewan
ISBN: 9788535925135
Edição: 1
Número de páginas: 167
Acabamento: Brochura
Classificação EDS: 100 de 100 pontos
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Poucos autores de língua inglesa são mais importantes na atualidade do que Ian McEwan. Em quarenta anos de carreira, ele compôs marcos da literatura contemporânea, como Amor sem fim (1997), Amsterdam (1998) e Reparação (2001). Seus livros são conhecidos pela precisão da prosa, pela atmosfera de suspense e estranhamento e também pelas viradas surpreendentes da trama, que puxam o tapete do leitor ao final do livro. Nos últimos anos, o traço decisivo de sua literatura tem sido a defesa da racionalidade científica contra os fundamentalismos religiosos. É esse o embate que está no cerne de seu romance mais recente, A balada de Adam Henry. A personagem central é Fiona Maye, uma juíza do Tribunal Superior especialista em Direito da Família. Ela é conhecida pela “imparcialidade divina e inteligência diabólica”, na definição de um colega de magistratura. Mas seu sucesso profissional esconde fracassos na vida privada. Prestes a completar sessenta anos, ela ainda se arrepende de não ter tido filhos e vê seu casamento desmoronar. |
Minhas impressões
Eu ia começar essa resenha falando que este livro é um romance de tirar o fôlego, mas não é. Na verdade não sei muito bem como falar de romances, pois não é muito meu tipo de leitura. O que posso dizer é que o livro é excelente.
Este é o segundo livro que leio da TAG (clube de livros que já citei numa resenha anterior). Como sempre, eu não leio as sinopses dos livros, pois podem acabar estragando a surpresa, e não foi diferente com este. Confesso que conhecia este autor somente de nome, pois ele é super prestigiado, mas não havia lido nada até o momento. Além do autor, o que me chamou a atenção foi o título da obra. Associei imediatamente o título à música clássica, peças de ópera, etc. Fiquei muito feliz em ver que era mais que isso.
Fiona é uma juíza da família e muito estimada em seu círculo. Conhecida por ter uma “imparcialidade divina e uma inteligência diabólica”, ela rege seu tribunal sem dificuldades até conhecer o caso de Adam.
Adam sofre com leucemia e precisa de uma transfusão de sangue. Algo simples não fosse sua religião. Como Adam está próximo de completar a maioridade legal a decisão de aceitar ou não a transfusão depende da juíza. E obviamente que não vou contar o que acontece.
Assim como acontece com a maioria de nós, Fiona só é boa em uma área, a profissional. Próxima de completar sessenta anos ela se vê presa em uma crise conjugal. Arrependida de não ter tido filhos ela precisa reaprender a viver como um casal. Essa crise no casamento não atrapalha seu julgamento, mas cria algumas dúvidas em Fiona, sobre o caminho que escolheu até agora.
Ian é conhecido por essas reviravoltas e isso me fez continuar lendo e ansioso por saber o que acontecia em seguida. O romance não é aquele marasmo como eu me lembrava dos romances de escola que eu era obrigado a ler. Justamente essa colisão de vida pessoal e vida profissional, que todos nós em algum momento vivemos, faz com que tenhamos a vontade de acompanhar os acontecimentos.
Outro detalhe importante da trama é essa questão da “racionalidade vs a fé”. Fiona precisa argumentar imparcialmente sobre um assunto polêmico que nem sempre leva em conta racionalidade. Ian tem escrito bastante sobre esse tema e o faz muito bem. São alguns pontos que coloca em dúvida o que “é melhor”.
Antes de contar mais alguma coisa vou finalizando a resenha por aqui. Como disse o livro é excelente e foi mais uma indicação acertada da TAG. É mais um livro que eu não esperava receber e menos ainda gostar. Estão de parabéns mais uma vez. Essa obra é mais uma daquelas necessárias para qualquer leitor ter em seu “acervo mental”, além do autor também (que por sinal irei ler seus outros títulos).
Até a próxima =)