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Resenha: It – A Coisa – Stephen King
Editora: Suma
Autor: Stephen King
ISBN: 9788560280940
Edição: 1
Número de páginas: 1104
Acabamento: Brochura
Classificação EDS: 100 de 100 pontos
Compre: Amazon
Durante as férias escolares de 1958, em Derry, pacata cidadezinha do Maine, Bill, Richie, Stan, Mike, Eddie, Ben e Beverly aprenderam o real sentido da amizade, do amor, da confiança e… do medo. O mais profundo e tenebroso medo. Naquele verão, eles enfrentaram pela primeira vez a Coisa, um ser sobrenatural e maligno que deixou terríveis marcas de sangue em Derry. Quase trinta anos depois, os amigos voltam a se encontrar. Uma nova onda de terror tomou a pequena cidade. Mike Hanlon, o único que permanece em Derry, dá o sinal. Precisam unir forças novamente. A Coisa volta a atacar e eles devem cumprir a promessa selada com sangue que fizeram quando crianças. Só eles têm a chave do enigma. Só eles sabem o que se esconde nas entranhas de Derry. O tempo é curto, mas somente eles podem vencer a Coisa. Em ‘It – A Coisa’, clássico de Stephen King em nova edição, os amigos irão até o fim, mesmo que isso signifique ultrapassar os próprios limites. |
Minhas impressões
Ensaiava há muito tempo para ler esse livro, mas sempre deixava de lado pelo tamanho do livro e tinha que manter uma regularidade de resenhas aqui no blog. Bom vocês viram que a regularidade parou né? É, eu estava lendo It =)
…criança; se a vida ensina alguma coisa, é que há tantos finais felizes que o homem que acredita que Deus não existe precisa questionar seriamente sua racionalidade.
Essa resenha nem precisava existir uma vez que o livro foi escrito pelo Stephen King, mas todo bom livro merece uma resenha.
Algo que é sempre marcante nas obras do King é que ele sempre usa os medos mais simples, os mais comuns, para causar o máximo de estrago. Medos esses que ele mesmo tem ou teve quando mais novo. Por isso as obras ficam aterrorizantes.
…bem, ninguém consegue viver uma vida normal sem ter alguns pesadelos.
Outro ponto marcante em seus livros são as relações entre os personagens. Sempre existe aquele círculo de amigos (tirando os livros com duplas ou solos). Esse círculo é tão bem trabalhado que você quer fazer parte também. Sente que aqueles ali poderiam ser seus amigos também. Exemplo disso é o conto The Body que deu origem ao filme Conta Comigo (que por sinal sempre me emociona no final, mas não contem pra ninguém).
Talvez seja por isso que Deus nos fez crianças primeiro e nos colocou mais perto do chão, porque Ele sabe que é preciso cair muito e sangrar muito pra aprender essa simples lição.
It tem todos esses elementos juntos. Que coisa mais assustadora do que o monstro se transformar naquilo que mais te assusta? Ou melhor, que coisa mais assustadora que um palhaço!
Se você for fazer uma pesquisa vai perceber que a maioria acha o palhaço no mínimo estranho, outros, assim como eu, não curtem muito por achar bizarro. Então sim, eu me peguei olhando sem querer pra alguns bueiros à noite por garantia.
Você quer dizer o palhaço? Como soube dele, filho? … ele percebeu que eram 2h45 da tarde quando o tiroteio começou e o sol estava brilhando, mas aquele palhaço não fazia sombra. Sombra nenhuma.
Do outro lado, que coisa mais encorajadora do que seus amigos te apoiando? Acreditando em você e estando sempre lá pra te levantar.
Todos nós, pelo menos eu espero, tivemos na nossa infância um círculo de amigos, ou no mínimo um amigo com quem toparíamos enfrentar qualquer monstro.
Ainda falando do círculo de amigos, toda a trama por trás de como cada um se conheceu no livro é incrível. King mostra como nossas imperfeições podem nos levar a alguém que nos completa. Até o nome que eles deram para o clube, creio que seja Clube dos Otários em português, combina bem com eles e com a situação.
O que ele viu então era terrível o bastante para fazer suas piores fantasias da coisa no porão parecerem doces sonhos; o que ele viu destruiu sua sanidade em um golpe de uma garra.
Eu ia comentar sobre a origem do Pennywise, mas algumas pessoas podem não ter lido ainda e não, o filme não fala a história dele. O que posso dizer sobre isso é que o autor é genial. Recentemente vi um infográfico das ligações das histórias entre si e Derry aparece em vários lugares. O cara é realmente muito bom.
Aromas de terra e umidade de legumes estragados se misturavam com o aroma inconfundível e inescapável, o cheiro do monstro, a apoteose de todos os monstros. Era o cheiro de uma coisa para a qual ele não tinha nome: o cheiro da Coisa, agachada, espreitando e pronta para atacar.
Enfim. Como todo livro do King, esse merece ser lido (sim, mesmo o romance Love que é bem complicado). Vi em algumas resenhas algumas pessoas reclamando do tamanho do livro e que algumas partes era desnecessárias. Desculpe, mas nada que o King escreve é desnecessário. Todo detalhe que ele dá, serve pra contextualizar a trama em si e de fazer parte da história, ao contrário do autor de Game of Thrones…
Uma criança cega de nascença nem sabe que é cega até alguém dizer para ela. Mesmo então, ela só tem uma noção das mais acadêmicas sobre o que é a cegueira; só quem já enxergou tem uma noção verdadeira do que é ser cego. Ben Hanscom não tinha noção de ser solitário porque nunca teve nada diferente. Se a condição fosse nova ou mais restrita, ele poderia entender, mas a solidão dominava e se sobressaía na vida dele. Apenas existia, como o polegar com duas juntas ou a parte irregular nos dentes da frente, a parte irregular onde a língua tocava quando ele ficava nervoso.
Recomendo a leitura e depois assistir o remake, que apesar das alterações, ficou muito bom! Destaque pro ator que interpreta o Eddie.
Até a próxima! E por deixem seus comentários =]