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Resenha: Reflexões ácidas – Rodrigo Giaffredo

Editora: Chiado Editora
Autor: Rodrigo Giaffredo
ISBN: 978-8594540355
Número de páginas: 224
Acabamento: Brochura
Classificação EDS: 100 de 100
Compre: Amazon

“Não me preocupa que as máquinas pensem como pessoas, me preocupa que as pessoas pensem como máquinas”. Tim Cook, atual presidente da Apple, durante a Conferência Mundial sobre a Internet ocorrida em 2018, na China. A manutenção da nossa relevância profissional num futuro dominado pelo “digital” dependerá cada vez mais da nossa capacidade de sermos mais humanos. Te convido a pensar junto comigo a respeito de uma centena de pontos de atenção, e avaliar a quantas anda o seu protagonismo, quando o assunto é o rumo de sua própria vida. Porém já te aviso, não vai ter cafuné. O papo vai ser direto e reto. E ácido também.

Minhas impressões

Conheci Rodrigo Giaffredo virtualmente pelo LinkedIn. O jeito despojado de ser chamou minha atenção. Um cara descontraído, com pinta de motoqueiro/roqueiro/cara legal da IBM que manja muito de Design Thinking, Agile, e principalmente, de pessoas.

Adorava ler suas publicações no feed, especialmente as que traziam ao final as hashtags #protagonismohumanonaeradigital e/ou #reflexõesácidas. Até que ele anunciou que lançaria um livro sobre suas reflexões ácidas. Fiz questão de ir ao lançamento e adquirir meu exemplar autografado.

Quem não conhece Giaffredo, pode se deparar com a capa do livro e, por estar enquadrado numa categoria de autoajuda, ter um pouco de “preguiça” de ler e encontrar mais do mesmo.

Mas, Reflexões ácidas não é aquele livro de auto-ajuda que vai te dar X passos para resolver o problema Y. Pelo contrário, tem mais perguntas do que respostas.

Pode parecer óbvio, mas não saber o que te move é um dos principais motivos da tua estagnação – dizem até que é pior do que não ter planos. Baseado nessa premissa, fiz uma pergunta surpresa pra 4 amigos muito próximos. Eu cheguei de supetão e mandei assim: “o que te move?” Os quatro gaguejaram e deram respostas baseadas na vida profissional. “Sério? O trabalho é o centro da sua vida?” – eu devolvi meio que de sacanagem. Só aí eles pararam pra pensar e viram que a vida não se resume a trabalhar… 3 deles na verdade, o quarto continuou na pegada workaholic. Seria o fim do “trabalho como expressão de arte”, ou o começo do “trabalho como centro de tudo”?

Os textos de Giaffredo são ousados, falam sobre assuntos “delicados”. Daqueles que a gente sente que precisa discutir mais, mas sabe que nem sempre encontrará uma mente aberta para olhar a coisa “de fora”, sem levar para o lado pessoal.

Talvez isso que seja meio indigesto: encarar a realidade de que a resposta está dentro de você, que você precisa se conhecer, “tirar o bumbum da cadeira” e ir em direção ao que busca, pode ser um tanto assustador. Mas depois que você entende como o rolê funciona, até sente alívio. Imagina que chato seria se tivéssemos zero responsabilidade e autonomia sobre nosso destino? Diria que as reflexões acabam sendo agridoces.

Existe uma lacuna entre aquilo que você já é e aquilo que você quer ser, que só pode ser preenchida com ação. Definir o que quer ser é importante, porque sem isso você não conseguirá traçar o plano de ação que vai te levar na direção do seu objetivo. Só que definir sem agir não adianta nada. Decidiu em que quer se tornar? Aja.

É possível “devorar” o livro numa tacada só, mas sugiro que seja consumido aos poucos, “mastigando” cada frase, trazendo as reflexões para a sua realidade pessoal e/ou profissional, e limpando o paladar antes da próxima porção, tornando-a menos indigesta.

Vale ler e reler para repor os nutrientes.

Sou formada em Redes de Computadores, consegui unir duas coisas que amo: tecnologia e comunicação, trabalhando para tornar as exatas mais humanas (e vice-versa). Sou autora do Blog Encantando Clientes.


Photo by Marc-Olivier Jodoin on Unsplash