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Resenha: Emperor of Thorns – Mark Lawrence

Editora: DarkSide Books
Autor: Mark Lawrence
ISBN: 9788566636352
Edição: 1
Número de páginas: 522
Acabamento: Encadernado
Compre: Amazon
Classificação EDS:  100 de 100 pontos

O mundo está dividido e o tempo se esgotou completamente, deixando-nos agarrado aos dias finais. Estes são os dias que nos esperaram por todas as nossas vidas. Estes são os meus dias. Eu vou estar diante da Centena e eles vão ouvir. Vou tomar o trono, não importa quem está contra mim, se vivo ou morto. E se eu devo ser o último imperador, farei disso um final e tanto.¿
A aclamada Trilogia dos Espinhos chega ao seu grande final, depois de termos acompanhado a dolorosa e surpreendente infância e adolescência de Jorg Ancrath em Prince of Thorns e King of Thorns, com todo o brilhantismo, charme, violência extrema e total crueldade deste egomaníaco romântico. Conforme Jorg cresce, seu caráter muda e ele parece encontrar algum equilíbrio em suas tendências sociopatas.
Em Emperor of Thorns, vamos novamente tomando contato com as atribulações de Jorg e sua fixação em conquistar o Império Destruído com saltos entre o presente e o passado, assim como Mark Lawrence já havia feito no volume anterior. Com isso, vamos descobrindo, desvendando e nos surpreendendo com o mundo onde a história se passa e com as saídas e escolhas nada tradicionais ou lógicas que Jorg se vê obrigado a tomar em seu caminho ao trono.
Prince of Thorns, King of Thorns e Emperor of Thorns formam uma das trilogias mais importantes da nova geração, que chega ao fim de forma brilhante e imprevisível, ao mesmo tempo cruel e poética, uma obra-prima de um novo grande autor.

Minhas Impressões

Fiquei um tempo pensando em como escrever essa resenha sem revelar muita coisa, mas é difícil.

Um trabalho artístico primoroso, tanto por parte do escritor, quanto por parte da editora que fez um trabalho excelente (não é novidade) com a capa, contracapa, tipografia, gramatura, etc. Isso já pode ser chamado de padrão DarkSide.

Relembrando um pouco os outros. Comentei que não havia gostado “muito” do segundo livro, pois não tinha toda a carnificina do primeiro. No primeiro livro faltava escorrer sangue das páginas e isso me chamou muita atenção, uma vez que dificilmente vemos livros do tipo. Porém no terceiro livro fica bem claro a intenção do autor com o segundo volume.

Antes de uma árvore perder uma folha ela a bombeia com todos os venenos de que não consegue se livrar de outra maneira… Eu nunca achei que a morte pudesse ser tão bonita.

Jorg amadureceu. Não, ele não se tornou sensato, mas ficou mais esperto e comedido em suas ações. O próprio Jorg fala da vida como um jogo de xadrez e realmente eu vejo-o como um jogador que foi aprendendo com o passar do tempo.

Novamente o autor faz um trabalho excelente ao misturar dois tempos na história. O presente e o passado, porém ao contrário do segundo livro, o terceiro fala de cinco anos atrás, preenchendo um pouco mais a vida do nosso querido Imperador Rei Jorg. (Não reclamem de spoiler, todo mundo sabia que ele se tornaria sim imperador =p).

Como falei, o autor mostra uma viagem que Jorg fez após conhecer as terras de seu avô. Seguindo um pedido do fantasma Fexler Brews e um conselho do príncipe de Arrow, ele sai em busca de conhecimento nas montanhas onde o fogo dos construtores ainda queima e posteriormente para a Afrique. Nas montanhas, além de alguns acontecimentos surpreendentes, Jorg descobre um pouco mais sobre os construtores e os planos deles para o mundo atual. Em Afrique ele descobre que nem sempre a vingança é a melhor resposta.

Parte de estar no ramo das previsões, uma grande parte talvez, está na arte de dar a impressão de que as coisas estão se desenrolando de acordo com suas expectativas. Uma vítima que acredita estar sendo aguardada a cada curva é não somente prejudicada pela incerteza, mas também mais fácil de prever.

É nesse momento que eu finalmente percebi o quanto Jorg estava mudando. Ele conseguiu deixar de lado a vontade de vingar seus familiares, matando o matemágico, para se aliar ao mesmo em busca de um benefício futuro.

Interligado com esses intervalos, temos a história pela visão de Chella. O autor começa a fechar algumas perguntas, mostrando há quanto tempo ela faz parte dos problemas que Jorg enfrenta e quem realmente estava por trás dela. Depois do último embate com Jorg, ela perdeu muito do seu poder, ficando totalmente à merce do Rei morto.

É um mundo difícil Marten… Não deveria ser fácil trazer alguém a um mundo difícil. Já é fácil demais fazer uma nova vida, fácil demais tirar uma vida antiga. É apenas justo que alguma parte do processo apresente um pouco de dificuldade.

Parando por aqui, pois a trama se junta e fica quase impossível não revelar nada. O que posso dizer é que o livro tem alguns acontecimentos daquele tipo que te faz ficar com os olhos arregalados de susto, tem momentos de prazer (pelo menos pra mim rs) onde Jorg volta a ser o Jorg do primeiro volume.

A vida era muito mais fácil quando a morte se contentava com o que lhe era dado.

Confesso que desde o segundo volume eu esperava que o final do terceiro seria parecido com o que realmente foi. O próprio livro já dá algumas dicas de quem/o que é o rei morto, mas eu ainda tinha esperanças que o final mudasse. Claro que eu gostaria que a história fosse um pouco mais longa, que houvesse muito mais informações sobre os construtores, entre outras coisas, mas quando o livro é bom, sempre queremos algo mais.

Enfim. O terceiro volume fecha a trilogia de forma completa. Pelo menos pra mim não sobrou nenhuma pergunta aberta, digo nenhuma pergunta relacionada à trama. Claro que sobrou algumas perguntas inerentes ao “mundo” do livro. Como falei o autor fez um trabalho primoroso. Jorg se tornou pra mim um personagem vivo, assim como Lestat e isso é algo grandioso para um autor. Recomendo muito a leitura dos três livros. É a típica trilogia que deve existir em sua estante. Estes três livros vão para a prateleira de destaque, junto com a Torre Negra =)

Você realmente a matou? …Eu abri um sorriso, embora ele amargasse, e disse: ‘Perdoe-me padre, por ter pecado’

Até a próxima.

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