Ícone do site Estante dos Sonhos

Resenha: Atômica – Antony Johnston

Editora: DarkSide Books
Autor: Antony Johnston
ISBN: 9788594540461
Edição: 1
Número de páginas: 176
Acabamento: Encadernado
Classificação EDS: 100 de 100 pontos
Compre: Amazon

Atômica: A Cidade Mais Fria é uma HQ com os melhores ingredientes de uma boa história de espionagem: ritmo tenso e uma trama que pode mudar a cada momento — no underground de Berlim Oriental, nada é exatamente o que parece —, e inclui um levante popular, contra-espionagem, deserções que dão errado e assassinatos secretos. E o resultado foi tão bem recebido que atômica já chegou ganhando o prêmio de melhor graphic novel pela Comixology, no ano em que foi publicada. Berlim, outubro de 1989. O muro que dividiu a Alemanha está prestes a cair, feito uma peça de dominó que acabará derrubando também a União Soviética e a impenetrável Cortina de Ferro. A Guerra Fria parece chegar ao fim, mas o assassinato de um agente secreto inglês do MI6 com informações inestimáveis — uma lista que contém os nomes de todos os espiões que atuam em Berlim — deixa claro que os dois lados ainda têm muito o que esconder, como até hoje. O destaque da graphic novel é o estilo sofisticado que os autores imprimem à história. Antony Johnston é o autor da premiada série de HQs Wasteland, roteirista do game Dead Space e escreveu para personagens como Wolverine e Demolidor. A arte é de Sam Hart, ilustrador inglês que mora no Brasil e tem no currículo quadrinhos como Juiz Dredd e Tropas Estelares. Atômica é para ler nos quadrinhos. Atômica é para ver no cinema. Atômica é para se perder nos becos escuros de uma Berlim que não se encontra nos livros de História.

Minhas impressões

Nessa resenha vou fazer algo um pouco diferente, vou comentar tanto sobre o HQ, quanto sobre o filme, pois os dois tem algumas diferenças cruciais. Primeiro sobre a HQ.

Não tem como não falar de HQ sem citar a arte. A começar pela capa ilustrada por Sam Hart, o trabalho é impecável. Sam Hart tem no currículo HQ’s como “Juiz Dredd” e “Tropas Estelares”. Os traços e o fato de ser em preto e branco me lembraram bastante Sin City. A ilustração foi feita pensando na densidade da história e a época em que se passa.

Sem revelar muito, a história se passa ainda na Alemanha dividida e numa Berlim transbordando de revolta juvenil e protestos para derrubarem o muro. Nesta confusão um agente do MI6 é morto. Com sua morte, um importantíssimo documento é roubado, levando todas as agências infiltradas em Berlim para a rua, atrás desse documento. CIA, KGB, MI6, Stasi e várias outras siglas que não lembro ou conheço.

É nesse bolo que Lorraine entra. Ela é enviada para auxiliar outro espião, David Percival, a recuperar a lista, o problema é que Percival já estava a tempo demais em Berlim. Lorraine e nem seus superiores sabem a quem Percival é fiel e isso dá o dinamismo da trama.

Agora sobre o filme. Eu poderia resumir o que vou falar abaixo somente dizendo: Que filme minha gente. Que filme!

Esse foi um dos poucos casos em que assisti o filme antes de ler o livro. Claro que a Charlize Theron e influenciou a assistir o mais rápido possível. De fato eu nem sabia que era baseado em um HQ.

Já entrando na comparação de filme vs HQ, o filme é bem mais dinâmico (até por ser um filme), mais jovem eu diria. Na HQ você percebe a densidade da história, a trama e desconfiança dos espiões, tanto que são retratados como pessoas mais velhas, mais tradicionais. No filme a química entre Charlize, Sofia Boutella e James McAvoy garantem uma fluidez na história, quase um James Bond (antes do Pierce Brosnan surfando uma onda gigante). A trilha sonora do filme com Queen, The Clash, David Bowie e diversos outros ajudam a compor o ambiente da época, ainda mais quando começa a tocar Sweet Dreams.

Enfim, no resumo da ópera, o filme complementa a HQ. Claro que entendo que são mídias diferentes e não mudaria nada nem na HQ, muito menos no filme. A HQ é uma obra de arte e retrata bem a época da queda do muro. Os traços do Sam Hart deixa implícito o peso dos acontecimentos. O filme é sem igual também. É aquele tipo de filme que você não sabe explicar como ele é bom, só sentir =) Recomendo a HQ e o filme =D

Até a próxima.

Foto por unsplash-logoOlga Leticia