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Resenha: A Garota que eu quero – Markus Zusak

Editora: Intrínseca
Autor: Markus Zusak
ISBN: 9788580573732
Edição: 1
Número de páginas: 176
Acabamento: Brochura
Classificação EDS:  70 de 100 pontos
Compre: Amazon

Cameron Wolfe é o caçula de três irmãos, e o mais quieto da família. Não é nada parecido com Steve, o irmão mais velho e astro do futebol, nem com Rube, o do meio, cheio de charme e coragem e que a cada semana está com uma garota nova. Cameron daria tudo para se aproximar de uma garota daquelas, para amá-la e tratá-la bem, e gosta especialmente da mais recente namorada de Rube, Octavia, com suas ideias brilhantes e olhos verde-mar. Cameron e Rube sempre foram leais um com o outro, mas isso é colocado à prova quando Cam se apaixona por Octavia. Mas por que alguém como ela se interessaria por um perdedor como ele? Octavia, porém, sabe que Cameron é mais interessante do que pensa. Talvez ele tenha algo a dizer, e talvez suas palavras mudem tudo; as vitórias, os amores, as derrotas, a família Wolfe e até ele mesmo.

Minhas Impressões

Um livro curto e totalmente escrito em primeira pessoa, a cada capítulo temos um pouco dos pensamentos de Cameron, o personagem principal da história que deve ter em torno de 17 anos de idade, mora com seus pais, uma irmã e o irmão Rube, uma família normal, de classe baixa onde os pais trabalham muito para manter as contas da casa e os filhos. A história é contada na época atual (assim presumo).

Cameron é um rapaz solitário, que tem como amigo o irmão Rube e mais ninguém, ele sempre se espelha em Rube, como exemplos do que é certo e do que é errado, e isso é o que faz esse garoto amadurecer, pois de acordo com os exemplos de seus irmãos ele criou sua própria personalidade, porém tem problemas em fazer e manter amizades e ainda sofre com problemas de inferioridade, ele se sente uma pessoa derrotada, um inútil, tanto que essa auto afirmação de ser derrotado é confirmada quase no final do livro onde o seu irmão mais velho, Steve, lhe fala sem rodeios o que achava dele, e Cameron entende que ele foi mesmo um dia, mas que isso no momento da revelação não teria mais relevância, dessa forma não traria constrangimentos dentro do laço de irmãos.

Ao contrário de seu irmão Rube, que a cada semana tem namorada nova, Cameron não! Ele acredita de verdade que esse é um dos exemplos do seu irmão que não quer para si, mas um dia em que ele estava andando sem rumo com seu irmão Rube ele se apaixona por uma garota e a partir desse dia (quase todos os dias) ele vai à frente da casa dessa menina e torce e espera que a garota um dia venha a sair da casa e falar algo com ele, mas isso nunca acontece, então ele acaba tendo mais certeza a cada dia que ele de fato é um derrotado. Mas um belo dia a ex-namorada de seu melhor amigo/irmão Rube o surpreende, com uma visita inesperada e confessa a que adoraria que ele sempre ficasse na frente de sua casa, pois ela daria mais valor do que essa menina que nunca vai ao seu encontro.

E a partir desse dia, tudo muda na vida de Cameron, muda a forma com que ele se relaciona com seus irmãos, com as demais pessoas próximas aos seus parentes, suas responsabilidades e seus pensamentos. Ele descobre que a vida é mais do que se preocupar com o que os outros iram pensar dele, ou de como ele se veste, ou de como seu cabelo está mal arrumado, pois nada disso mais importa, o que importa para ele é a vida com a família e sua namorada Octavia, que o completa e monstra que de fato ele é mais do que muita gente esperava.

Ah! Não podemos esquecer de falar de Miffy, um lulu-da-pomerânia, um cachorro de personalidade forte, porém muito apegado ao Cameron e ao Rube, os rapazes tem um acordo com os donos de Miffy do qual os garotos tem que levar o pobre cachorro para passear alguns dias da semana, e nisso começa a nascer um amor pelo cão. Eles se preocupam com a saúde e o bem estar do bichinho, mas no final do livro o Miffy infelizmente morre…

Um livro que não tive um apego sentimental, se está à procura de emoções fortes, então esqueça, pois esse livro não tem esse apelo, mas o livro ressalto alguns pontos interessantes como o complexo de inferioridade com as demais pessoas da escola, o problema de ser o casula, o envolvimento dele com a família, que ao que me pareceu não eram muito próximos, exceto com Rube, o primeiro amor de um garoto e toda sua insegurança de como agir e as mudanças na vida da fase adolescente para adulto.

Outro ponto interessante no livro é como ele é contado, é como se o autor estivesse contando uma história que aconteceu lá no passado, e ele viu nisso uma ótima oportunidade de passar isso para as demais pessoas.

Enfim, quem tem interesse em leitura por prazer e gosta de histórias sem muita emoção, é um prato cheio, mas para o meu paladar faltou um pouquinho de tempero.

Até a próxima 😉