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Resenha: O Demonologista – Andrew Pyper

Editora: DarkSide Books
Autor: Andrew Pyper
ASIN: 9788566636406
Edição: 1
Número de páginas: 320
Acabamento: Capa dura
Classificação EDS: 100 de 100 pontos
Compre: Amazon

O personagem que dá título ao best-seller internacional é David Ullman, renomado professor da Universidade de Columbia, especializado na figura literária do Diabo – principalmente na obra-prima de John Milton, Paraíso Perdido. Para David, o Anjo Caído é apenas um ser mitológico. Ao aceitar um convite para testemunhar um suposto fenômeno sobrenatural em Veneza, David começa a ter motivos pessoais para mudar de opinião. O que seria apenas um boa desculpa para tirar férias na Itália com sua filha de 12 anos se transforma em uma jornada assustadora aos recantos mais sombrios da alma.
Enquanto corre contra o tempo, David precisa decifrar pistas escondidas no clássico Paraíso Perdido, e usar tudo o que aprendeu para enfrentar O Inominável e salvar sua filha do Inferno.
Este é um daqueles livros que você não consegue largar até acabar a última página, ainda que vá precisar de muita coragem para seguir em frente. O Demonologista ganhou o Prêmio de Melhor Romance do International Thriller Writers Award (2014), concorrendo com autores como Stephen King. Entrou em diversas listas de melhores livros de 2013, foi finalista do Shirley Jackson Award (2013) e do Sunburst Award (2014), chegou ao topo da lista dos mais vendidos do jornal canadense Globe and Mail e foi publicado em mais de uma dezena de países.

Minhas impressões

Eu já havia escrito a resenha de Demonologista antes, mas por um problema que tive no blog acabei perdendo a mesma, então vamos lá.

Assim que eu soube que o livro seria trazido pela DarkSide fiquei extremamente ansioso, pois achei que o livro estivesse ligado à história do filme Invocação do Mal, inspirado na história do Ed e da Lorraine Warren, ambos demonologistas. Porém para minha quase decepção não se tratava de um livro sobre eles.

Digo quase decepção, pois foi uma surpresa excelente esse livro. Andrew Pyper traz neste livro a história de David Ullman, professor do departamento de inglês da Universidade de Columbia. David é especialista em mitologia e narrativa religiosa, tanto judaica quanto cristã. O irônico nesse caso é David ser ateu. Ele também é especialista em outro texto, Paraíso Perdido de Milton.

‘Perguntem a si próprios’, digo, apertando ainda mais a mão imaginária de Tess. ‘Para onde vocês irão agora que o Éden foi deixado para trás?’

É justamente essa especialidade que faz ele ser procurado por um indivíduo estranho, para um trabalho mais estranho ainda. Ele deveria avaliar a situação de uma pessoa doente e dizer o que ele achava que estava se passando.

Por mais que sua melancolia estivesse cada vez mais pesada em suas costas e seu casamento estivesse acabando, ele acaba aceitando o trabalho, por curiosidade e também para ter a oportunidade de viajar com sua filha. Seu porto seguro em meio a escuridão cada vez maior que era sua melancolia.

‘Diga-me uma coisa. Por que os homens sempre acham que têm de agir como super-heróis autodestrutivos quando surge algum problema?’
‘É a única maneira de amar que conhecemos.’

Eu vou parar por aqui pra não estragar nada do livro. Já começando pelo fato da surpresa de se tratar de um outro assunto do que eu estava esperando (não, eu não leio nada antes de comprar o livro. As vezes tenho boas surpresas como essa e péssimas surpresas como O Inferno de Gabriel). O Autor consegue ser extremamente simples na sua escrita, mas essa simplicidade traz um tipo de terror, não sei como dizer, um terror mais cru. Um terror mais arraigado. Ainda não é o que pretendo falar…

O autor consegue trazer com seu modo simplista aquele terror que sempre temos ao descer as escadas pra ir no banheiro de madrugada. Aquele medo de quando você é criança e tem pesadelo e não consegue acordar. Um terror inato é a forma mais correta.

‘Aquela… coisa. Não é Paula.’
‘Quem é?’
‘Aquela que respondeu às minhas preces’

Pois bem, o livro é estupendo. É justamente essa forma fluida e simples que faz você ler cada vez mais desesperadamente, mesmo depois daquele susto foda. Ele conseguiu trazer referências de uma obra clássica que é o Paraíso Perdido, para uma obra atual usando sua própria interpretação magistralmente, tornando a trama intensa, mas sem o peso de um Shakespeare da vida. Tem tanta parte do livro que eu gostaria de comentar, mas isso daria muito spoiler e você não levaria os sustos que levei ou o medo que tive (tudo bem que depois de Annabelle eu fiquei meio mole pra terror, mas…).

Até a próxima =]

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